domingo, 27 de fevereiro de 2011

Negócios - Transnordestina surge como espinha dorsal do novo perfil - Diário do Nordeste

Negócios - Transnordestina surge como espinha dorsal do novo perfil - Diário do Nordeste


SISTEMA MACROLOGÍSTICO
Transnordestina surge como espinha dorsal do novo perfil







Ferrovia terá 1.728 Km e vai interligar dois dos principais portos do Nordeste: Suape (PE) e Pecém (CE)


27/2/2011




Pelo menos até 2013, o Ceará deverá permanecer distante de uma mudança no perfil do seu sistema macrologístico. É que nesse período ainda estarão em execução as obras da Ferrovia Transnordestina, outro projeto previsto pelo Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT). A estrada de ferro terá um total de 1.728 quilômetros, cujo custo será de cerca de R$ 5,4 bilhões - R$ 1,8 bilhão só no Estado -, e vai ser fundamental para a integração entre dois modais: o ferroviário e o aquaviário, posto que interligará dois dos principais portos do Nordeste, Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará; transportando cargas especialmente para exportação.

Mas ela vai além, integrando ainda a região sul do Piauí. Só em solo cearense, passarão cerca de 527 quilômetros de estrada de ferro. A proximidade de Pecém e Suape da Europa, um dos principais destinos da soja brasileira, é um reforço às vantagens do transporte por via férrea. A velocidade de carregamento, navios de grande porte e posição geográfica são benéficas para dar conta da demanda.

Para garantir essa interligação entre os diferentes sistemas, principalmente para a exportação de grãos, serão construídos dois terminais graneleiros em ambos os portos, com capacidade de estocagem de 900 mil toneladas.

De acordo com o professor Bosco Arruda, do Departamento de Engenharia de Transportes da UFC, a Transnordestina terá, sim, potencial para mudar o perfil logístico do Estado.

Papel fundamental

"O papel da ferrovia será fundamental porque ela constituirá a espinha dorsal do sistema macrologístico do Estado, drenando os produtos em sua vasta área de influência e ligando as plantas produtoras aos portos de Suape e Pecém, para não falar na possível ligação com plataformas logísticas aeroportuárias e portuárias como a do Pinto Martins, a de São Gonçalo (RN) e outra aventada para futura instalação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém", salienta. Mas, segundo explica o professor, ainda são necessárias algumas integrações entre empreendimentos localizados no Estado e a ferrovia, para que haja ganho de competitividade com a redução dos custos logísticos. Um exemplo é a Usina de Biodiesel da Petrobras, sediada em Quixadá, no Sertão Central do Ceará, que poderia ser beneficiada com uma ligação à estrada de ferro para o carregamento dos insumos.

Itens como álcool, algodão (caroço e pluma), argila, arroz, cal, milho e minério de ferro também devem ser levados através dos trilhos da Ferrovia. Afinal, os custos de transportar pelos trilhos é bem mais baixo. Conforme dados do Ministério dos Transportes, o custo do transporte ferroviário em mil toneladas de carga por quilometro chega a ser até seis vezes mais vantajoso quando comparado com o rodoviário.

Andamento das obras

O imbróglio com relação à realização da Transnordestina data desde os anos 50, quando foi autorizada a construção do primeiro trecho, ligando Serra Talhada a Salgueiro, em Pernambuco, que deveria seguir até o Ceará; projeto do século XIX. Após mudanças no intento e mais atrasos, ainda falta vapor às obras da ferrovia.

A previsão é de que, até o fim deste ano, toda a área pela qual passará o trem esteja desapropriada. A perspectiva é bastante otimista, porque muito ainda falta para que todos os trechos sediados no Ceará, por exemplo, estejam prontos. Para se ter uma ideia, o segmento entre Missão Velha e Acopiara, de 183 quilômetros, só está com pouco mais de 11% das desapropriações realizadas. De Itapiúna ao Porto do Pecém, com 164,3 quilômetros, apenas 10,57 estão prontos para sofrer as intervenções para a construção da estrada de ferro. No total de 527 quilômetros que cortam o Ceará, estão desapropriados apenas 55,1 km. Atrasos à parte, Bosco Arruda alerta que não se deve esquecer da futura vinculação da Transnordestina com a Ferrovia Centro-Atlântico e com a Norte-Sul, importante integração da nossa malha ferroviária com as regiões mais produtivas do País.

Em nota, o Ministério dos Transportes afirma que o trecho que ligará a estrada de ferro regional à Norte-Sul já foi incluído no PAC 2. Ainda no PAC, "está sendo executada a reconstrução do trecho ferroviário entre Cabo (Pernambuco) e Porto Real do Colégio (Alagoas), restabelecendo a ligação com a Ferrovia Centro-Atlântica". (DB)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Nordeste tem pressa

Cid Gomes - Pressa para crescer
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O Nordeste já revelou, há muito tempo, a extraordinária dimensão de seu patrimônio cultural, responsável por um rico legado oferecido ao País através da Literatura, da Música, das Artes Plásticas, do Cinema e do Teatro. É hora de demonstrar cabalmente sua força política e seu potencial econômico.

O encontro dos governadores nordestinos, realizado no início desta semana, com a presença da Presidenta Dilma Rousseff, serviu para demonstrar que a Região tem pressa de crescer. É necessário aproveitar o momento histórico, em que o Brasil se projeta como potência mundial, para promovermos um desenvolvimento uniforme, acabando-se com os desequilíbrios regionais e transformando-se o crescimento econômico em instrumento de combate à pobreza.

A proposta que apresentei em Aracaju (SE) contempla um Plano de Desenvolvimento Integrado do Nordeste, que consiste em formular, entre os estados da Região, uma agenda comum, voltada para questões estruturais de importância fundamental, como gás, energia elétrica, recursos hídricos e transporte rodoviário, ferroviário e marítimo.

A Transnordestina, o gasoduto Meio-Norte, a transposição das águas do São Francisco, a duplicação da capacidade das linhas de transmissão – estes são alguns dos projetos a serem concretizados, no prazo previsto de quatro anos, com recursos do Governo Federal, Governos estaduais, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), BID e Bird. Um fundo comum daria suporte ao empreendimento.

Orientado para grandes metas – ambiciosas, mas exequíveis – o plano de ação conjunta se apresentaria, tenho certeza, como uma ação transformadora, podendo potencializar seus efeitos se for capaz de trabalhar a unidade na Região. Se conseguirmos solucionar problemas de infraestrutura que se avolumaram, ao longo da história, sem um enfrentamento corajoso, estou certo de que o Nordeste atrairá os investimentos de que necessita para crescer e, finalmente, sepultar o estigma do subdesenvolvimento.

Cid Gomes - Governador do Estado do Ceará

Fonte: O Povo

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Globo Repórter 11-02-2011 P.1 Emprego e prosperidade.








Preservação da Caatinga

Sábado, 12 de fevereiro de 2011 às 10:36

Blog do Planalto

Governo federal vai financiar projetos de preservação da Caatinga brasileira


Estação Ecológica Raso da Catarina, localizada em Paulo Afonso (BA). Foto: Eraldo Peres/SBF/MMA

O governo federal está em busca de projetos e ações de conservação e manejo sustentável dos recursos naturais na Caatinga brasileira para conceder financiamento. O Ministério do Meio Ambiente e a Caixa Econômica Federal trabalham na elaboração de editais para escolha dos projetos que serão divulgados em até 60 dias. Os selecionados receberão o aporte financeiro já no segundo semestre de 2011.
Durante cerimônia de assinatura do termo de compromisso – realizada esta semana – a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, definiu o momento como “histórico”, por se tratar do primeiro ato do governo no Ano Internacional de Florestas.
“Além da Amazônia, começamos a investir em outros biomas e a Caatinga vai nos surpreender com projetos inovadores”, comemorou a ministra.
De acordo com o termo, caberá ao MMA coordenar, por meio do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), a identificação de projetos passíveis e a apresentação deles para financiamento. À Caixa cabe avaliar os projetos apresentados para serem fomentados pelo Fundo Socioambiental do banco e, em parceria com o ministério, acompanhar a execução física e financeira dos projetos, os impactos decorrentes do fomento empreendido para a Política Ambiental e o fortalecimento da agenda social na região.
“O sertão sempre foi associado à seca, à miséria e à pobreza e será muito importante revertermos essa visão, mostrando ao Brasil a riqueza da biodiversidade da Caatinga e a possibilidade de desenvolvermos e mudar a condição de vida das pessoas com o uso sustentável dos recursos”, frisou a presidenta da Caixa, Maria Fernanda Coelho.
Os projetos devem dar ênfase ao combate à desertificação e ao desmatamento e serem preferencialmente focados nos polos das indústrias de cerâmica e gesso, que fazem uso de recursos florestais como lenha e carvão. A intenção do governo é priorizar aqueles que integram a cadeia de insumos da construção civil e que usam matéria-prima proveniente do bioma.
A mesma parceria já foi estabelecida para projetos de conservação no Cerrado, bioma que já conta com o financiamento de R$ 2,67 milhões do Fundo Socioambiental da Caixa.

Vaqueiro residente em área da Caatinga. Foto: Adriano Gambarini

Segundo o MMA, a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e ocupa quase 11% do país (844 mil km2), sendo o principal ecossistema do Nordeste. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem, atualmente, na área original da Caatinga, sendo que 80% de seus ecossistemas originais já foram alterados, principalmente por meio de desmatamentos e queimadas, em um processo de ocupação que começou nos tempos do Brasil colônia.
Ainda de acordo com o Ministério, a conservação do bioma está intimamente associada ao combate à desertificação; processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. No Brasil, 62% das áreas suscetíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por caatinga, sendo que muitas já estão alteradas.
“Se os recursos florestais forem usados de forma sustentável, podem impulsionar o desenvolvimento econômico e socioambiental da região, evitar a desertificação e garantir a sobrevivência das populações sertanejas.”, aponta o MMA.
Fundo – O FSA Caixa foi lançado em dezembro de 2010, com o objetivo de consolidar e ampliar a atuação do banco no incentivo a ações que promovam o desenvolvimento sustentável. O Fundo apoiará financeiramente projetos e investimentos de caráter social e ambiental, por meio de recursos correspondentes a até 2% do lucro da empresa. O aporte também poderá ser associado a doações e repasses de outros fundos, de entidades nacionais e internacionais, interessados em fomentar atividades e projetos socioambientais.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Hyundai amplia presença no Nordeste

8/2/2011





O crescimento econômico do Nordeste, acima da média nacional nos últimos anos, vem resultando em uma demanda local cada vez maior por máquinas pesadas, especialmente pela indústria da construção civil. Disposta a consolidar sua presença na região, a Hyundai passará a mandar suas escavadeiras, carregadeiras e empilhadeiras direto para o porto de Suape, no litoral sul de Pernambuco, de onde serão distribuídas por todo o Nordeste. O porto também entrou na disputa para receber uma fábrica de máquinas pesadas da empresa sul-coreana, investimento de US$ 150 milhões que deve ser anunciado em breve.
O presidente da Hyundai Heavy Industries para as Américas, John Lim, desembarca hoje no Recife para o lançamento oficial, na quinta-feira, da operação no Nordeste, que funcionará por meio de uma parceria com o grupo pernambucano Veneza, o mais importante concessionário da marca sul-coreana na região. Em dezembro, a Hyundai decidiu quebrar o monopólio detido até então pela trading Comexport para a importação de máquinas pesadas para o Brasil. Com o contrato, a Veneza passa a ter exclusividade para o mercado nordestino.
"Observando o potencial do Nordeste, a Hyundai achou interessante ter um parceiro local", afirmou o diretor-executivo da Veneza, Marcos Hacker Melo. Fundado há 30 anos como varejista de autopeças, o grupo acumula hoje 32 concessionárias de automóveis, caminhões, ônibus, máquinas pesadas e agrícolas. Também comanda uma empresa de ônibus, além das lojas de autopeças. Todos os negócios, que empregam quase 2 mil pessoas, estão concentrados no Nordeste, com maior presença em Pernambuco e Rio Grande do Norte. Com o novo contrato, o faturamento em 2011 deve crescer 30% em relação ao ano passado e se aproximar dos R$ 400 milhões.
Firmada a parceria com a Hyundai, a Veneza já recebeu o primeiro lote de 80 máquinas, ao custo de R$ 40 milhões. Outras cem unidades deverão chegar em abril. A expectativa da empresa pernambucana é vender entre 500 e 600 máquinas na região em 2011, o triplo do que foi comercializado no ano passado, quando tinha de buscar os equipamentos em Vitória (ES). O contrato também estimulou a empresa a abrir quatro novas concessionárias da Hyundai no Nordeste, sendo uma em Aracaju e as demais ainda sem localização definida. Atualmente, a Veneza tem lojas Hyundai em Recife, Fortaleza, João Pessoa e Petrolina (PE).
Entusiasmado com a nova missão, o executivo conta que a iniciativa da parceria partiu da Hyundai, que já analisava a possibilidade de fábrica no Brasil. Diante do bom desempenho das vendas no Nordeste, executivos da sul-coreana viajaram para a região, para ver de perto a transformação da economia. Decidiram, então, reforçar a presença local. "A Hyundai quer consolidar o crescimento e o desempenho das vendas no Nordeste", diz Melo, de 24 anos, filho único do fundador da Veneza.
Além da parceria local, as visitas ao Nordeste renderam a entrada de Pernambuco na disputa para abrigar a fábrica de máquinas da Hyundai. Segundo Melo, os executivos sul-coreanos ficaram muito bem impressionados com a infraestrutura de Suape, mas ainda não decidiram. Rio de Janeiro e Minas Gerais estão no páreo.
 
Por Valor Econômico - SP - Murillo Camarotto | Do Recife